
Órgão Sinfónico da Matriz de Loulé é o primeiro a ser construído no País
- Publicado por Clave de Sul
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- Data Maio 3, 2025
Adjudicada a construção do instrumento ao Atelier Português de Organaria de Dinarte Machado
A construção e instalação do primeiro Órgão Sinfónico a existir no País desenhado por um português, foi adjudicada ao Atelier Português de Organaria, por contrato assinado entre o Mestre Organeiro Dinarte Machado, proprietário da empresa, e a Clave de Sul – Associação Musical de Loulé. A assinatura do contrato ocorreu no dia 1 de maio, na Igreja Matiz de Loulé, monumento nacional onde o instrumento vai ser instalado em conformidade com o programa minucioso de construção.
O Órgão da Matriz é composto por 1.437 tubos sonoros, distribuídos por 26 registos, alguns dos quais de mutação compostos por três e cinco vozes, e em relação aos recursos será composto por dois teclados manuais e um teclado de pedal. O instrumento, além de, no plano artístico, poder abordar o repertório da época romântica, está pensado para a execução do repertório contemporâneo, produzindo um efeito sonoro idêntico a uma orquestra.
Os órgãos sinfónicos sucedem às gerações de órgãos barrocos e órgãos românticos, e depois de várias tentativas goradas desde finais do século XIX, o instrumento adjudicado para funcionar na Matriz de Loulé, fica instalado no coro alto do monumento nacional, num prazo previsto para decorrer até sete meses, mas que pode ser prolongado em função de situações imprevistas. Nesse mesmo coro alto, entre os séculos XVI e XVIII, funcionara já um órgão de geração anterior, alvo de derrocada provocada por um dos dois terramotos ocorridos nessa época. Segundo documentação referida pelo historiador Marco Sousa Santos, em estudo publicado recentemente pela Clave de Sul, esse órgão histórico juntamente com os organistas titulares, foram ao longo de três séculos sempre mantidos e suportados diretamente pela Câmara Municipal de Loulé como consta nas respetivas atas.
Na caracterização do instrumento adjudicado, Dinarte Machado afirma que o novo órgão da Matriz de Loulé, “é um instrumento há muito pensado. Tendo em conta todos os órgãos existentes no Algarve, sendo este um instrumento musical, enquanto no plano artístico, que não pretende substituir a sonoridade dos órgãos históricos existentes na região, muito menos imitá-los. Pretende, sim, ocupar o seu lugar próprio na música. Enquanto instrumento/ferramenta dando ao organista/tangedor, a possibilidade de tranquilamente interpretar repertório que não é possível fazê-lo nos órgãos existentes na região, os que funcionam. Consequentemente este instrumento irá proporcionar audições e emoções que antes não se ouvira”.










